sábado, 15 de janeiro de 2011

Os ídolos de César

César Maia outro dia disse quem eram seus ídolos. Falou em três, se a memória não me falha, mas só fixei um: Carlos Lacerda.
Fora todas as torpezas lacerdistas que são de conhecimento geral, trago ao Casagrande mais uma, relatada por Heitor Lyra em suas memórias, o livro Minha Vida Diplomática.
Segundo o diplomata veterano, em uma entrevista dada em Portugal quando Lacerda era governador da Guanabara, um jornalista negro perguntou-lhe se havia racismo no Brasil. Ele prontamente respondeu que não.
O jornalista, que era angolano, perguntou-lhe à queima roupa: "se uma entrevista como esta ocorresse no Brasil, eu estaria tão à vontade quanto estou aqui"?
A resposta de Lacerda fica melhor na pena de Lyra:
" Não, respondeu o Governador, porque no Brasil o que existe sobretudo é o preconceito do negro contra o branco; ele se afasta e se exclui das casas de famílias brancas, porque no seio delas não se sentiria à vontade. Assim que, num caso como este de agora, seria você que não viria".
De fato, César Maia atua de acordo com os preceitos de seus heróis.

PS: Quem quiser conferir: Heitor Lyra. Minha Vida Diplomática. Brasília, Editora da Universidade de Brasília, 1991. Tomo I p. 15.



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